Nesta última páscoa, viajei para Santana do Ipanema. Minha visita já é certa nesta época do ano.
E não só a visita foi a mesma, como as condições de viagem apresentadas pela empresa Real Alagoas, que incansavelmente, insiste em oferecer um serviço de “quinta categoria” aos seus consumidores, não só pela má qualidade, mas também, pela insegurança e ausência de conforto.
Se alguém me falasse, eu não acreditaria. Mas, como estava presente e vi com meus próprios olhos posso falar com propriedade.
Saimos de Maceió, na quinta-feira, às 6:30h. O ônibus já saiu com todos os seus assentos tomados e com algumas pessoas em pé. Durante a viagem até seu final, o motorista foi parando em vários “pontos” aleatórios da estrada, e “pegando” um número indiscriminado de pessoas, até se tornar insuportável a viagem, tanto para quem estava sentado, como e principalmente, para quem estava de pé. Muitos, praticamente, imóveis.
Em pé, encontravam-se mães com crianças de colo, idosos, portador de necessidade especial. Esta pessoas pagam passagem para ir em pé por uma, duas, três horas de viagem. Não tem suporte para se segurar, precisando se apoiar nas poltronas e por óbvio, perturbando quem está sentado e que também pagou pela passagem. Numa freada mais brusca ou inesperada pelo motorista, os que estão de pé, correm grande risco de se machucarem, pois cairiam por cima dos outros.
Na volta, no domingo, às 17:30h, a situação voltou a acontecer, porém de maneira pior, pois ao chegar na cidade de Cacimbinhas, muitas, mas muitas pessoas mesmo, tentando subir no ônibus já bem lotado desde quando saiu de Santana do Ipanema em direção à Maceió. Algumas subiram e algumas ficaram do lado de fora aos brados e altamente revoltados. A viagem seguiu tensa em razão da discussão de alguns usuários.
Novamente, pessoas sentadas tendo sua paz e conforto perturbadas pelos que, sem saída, tinham que ir de pé, pois totalmente desconfortáveis e inseguras e suas posições. É sabido pelas empresas que é proibido, por grandes distâncias, o transporte de pessoas em pé. Só é possível que todos permaneçam sentados conforme numerado ou determinado em suas passagens compradas durante todo o trajeto, conforme claramente exposto nos sites da ANTT e da ARSAL.
Volto a lembrar que esta situação, já pude presenciar várias vezes, independentemente de ser feriado ou não.
Tudo isso, nos leva a analisar a total negligência, descaso, falta de compromisso social da empresa Real Alagoas. Má prestação de serviço, ausência de responsabilidade civil e social, como se nada daquilo tivesse acontecendo. Já vi alguns ônibus sendo parados pela Polícia Rodoviária Federal, mas, pelo jeito, não é suficiente para coagir a empresa a agir com responsabilidade.
Importante abordar a total falta de segurança ao acolher, aleatoriamente, pessoas paradas na estrada. Já são amplamente conhecidas as histórias de que ladrões aguardam sorrateiramente a parada destes ônibus, haja vista que, quem está viajando leva consigo valores em dinheiro, aparelhos eletrônicos etc. O risco é enorme e eminente!
A única coisa que importa para a empresa Real Alagoas é a venda indiscriminada de passagens custe o que custar. Não possuem nenhum conhecimento da existência do código de defesa do consumidor. Não prezam pela qualidade e muito menos pela segurança de quem paga para ter uma prestação de serviço de, no mínimo, boa qualidade.
Revoltei-me muitíssimo com tal situação, não só por mim, mas por todos que ali estavam. Uma vergonha que em plena era digital, ainda existam empresas que mantêm comportamentos tão arcaicos, totalmente dissonantes da responsabilidade, do adequado, causando, grande angústia e revolta por parte daqueles que utilizam mal e porcamente de seus ínfimos serviços.
Se você tiver a curiosidade e acessar o site no link “a empresa” http://www.realalagoas.com.br/a-empresa/apresentacao, poderá ler a seguinte “pérola”:
“Comprometimento, excelência na prestação de serviços, segurança e conforto são atributos que fazem da Real Alagoas a opção preferencial em transportes coletivos e fretamentos. A Real Alagoas tornou-se uma referência em responsabilidade social, econômica e ambiental, objetivando a satisfação de clientes e usuários, bem como se tornou a melhor escolha profissional e a empresa que mais investe em capital humano.
Atuando com profissionalismo e responsabilidade, respeitando, sobretudo os princípios éticos, a Real Alagoas reafirma o seu compromisso na contribuição do desenvolvimento socioeconômico do Nordeste e a modernização nacional, viabilizando um ambiente de trabalho motivador e saudável.”
Daí pergunto: comprometimento?? excelência na prestação de serviços?? segurança?? conforto?? Quanta falta de nexo, de ética, de responsabilidade. Nossa, quanta mentira! Publicidade enganosa! Quanta imoralidade praticada contra aqueles que de maneira relevante colaboram para que a empresa se mantenha.
A situação é crítica e preocupante, e efetivamente, nada tem sido feito para se coibir tais práticas. Lamentável!!
Como a empresa Real Alagoas não possui concorrentes, usa e abusa, visando apenas o lucro. O resto é resto! Esta é a real da Real Alagoas.